Em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas na terça-feira (18), Felippe Marchetti explicou os métodos de atuação da empresa SportRadar para detecção de fraudes e opinou que muitos clubes e jogadores no Brasil são vulneráveis a propostas de empresários ligados à manipulação de resultados. Ele destacou a atuação internacional dos fraudadores de competições e avalia que é preciso fazer um trabalho de base na educação de jogadores contra a manipulação.
Ouvido como testemunha, Marchetti é gerente de integridade da SportRadar AG, empresa sediada na Suíça que presta serviços para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e várias casas de apostas. Em seu requerimento de oitiva, o senador Romário (PL-RJ), relator da comissão, citou relatório emitido em março pela SportRadar que destaca o Brasil como “campeão mundial de fraudes” no setor, com 109 partidas suspeitas em um total de 9 mil partidas analisadas.
Citando a experiência da SportRadar em parcerias com ligas esportivas e autoridades policiais em todo o mundo, Marchetti ressaltou a atuação internacional dos manipuladores de resultados, que teriam descoberto melhores oportunidades na América Latina quando o combate a fraudes na Europa tornou-se mais rigoroso. Para ele, levar educação aos jogadores é fundamental para enfrentar a manipulação.
“A grande maioria dos atletas no Brasil está em condição de vulnerabilidade econômica. Eles [os manipuladores] viram um cenário muito propício para a manipulação aqui, e a partir de 2015 vimos um aumento de casos. (…) Quem está mais suscetível, mais vulnerável, são os atletas de clubes pequenos”
O Senador Styvenson Valentim, questionou Marchetti sobre 16 atletas que passaram pelo futebol do Rio Grande do Norte, Globo e Força e Luz, estão envolvidos em casos de manipulação.
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